Há sete meses, mais uma morte violenta era registrada em Passo Fundo: o assassinato do vigilante Anildo Borba Machado, 41 anos.
O homem trabalhava na Agrícola Ferrari, estava se deslocando para o trabalho, mas logo após entrar o carro foi baleado na cabela e morto na noite de 24 de outubro de 2021.
Ele manobrava o seu veículo, quando um jovem teria se aproximado, ele vestia um moletom com capuz. O meliante deu a volta no carro e deferiu um disparo de arma de fogo na cabeça de Anildo, que morreu na hora.
Logo após o ocorrido, agentes de investigação da Delegacia de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP) começaram trabalhar no caso para tentar entender o que havia acontecido, já que Anildo não possuía desavença com ninguém, segundo familiares.
As diligências da DHPP levaram até o nome de um menor de idade, de 16 anos, o qual foi apontado como o autor do assassinato. Quando interrogado, ele confessou que executou Anildo. Supostos envolvimento de terceiros no crime não ficou comprovado na investigação. O menor de idade responde o crime em liberdade.
As diligências foram coordenadas pela delegada Daniela de Oliveira Mineto e o chefe de investigações comissário Volmar Menegon.
O autor do crime, menor de idade, mora no mesmo bairro da vítima desde os oito anos de idade. Desde então, ele ficou amigo do enteado de Anildo e frequentava a casa da vítima. Com 16 anos, já era usuário de drogas e, conforme relatos, conheceu a maconha através de seu amigo.
Em seu depoimento, o autor relatou que Anildo não gostava da amizade dele com seu enteado e dois meses antes do crime flagrou os dois consumindo bebida alcoólica dentro da residência. Segundo seu relato, o vigilante quebrou todas as garrafas e mandou o menor sair da casa, o chamando de “vagabundo”.
Ainda conforme o depoimento do autor do crime, quando Anildo passava pelo jovem na rua o chamava de “lixo” ou “vagabundo”, por isso ele teria decidido matar o vigilante.
A arma utilizada no crime foi comprada pelo menor de idade no Bairro Integração pelo valor de R$ 1.000. Ele não soube informar quem seria o vendedor da arma.
Sustentando que agiu sozinho, o menor de idade comentou que na noite do crime viu seu amigo abrindo a garagem para a vítima sair para trabalhar e decidiu tirar a vida do homem. Ele se aproximou do caro da vítima e efetuou apenas um disparo, o qual foi fatal e tirou a vida de Anildo no momento do fato.
Após cometer o assassinato, o jovem deu a volta na quadra e voltou pra casa. No outro dia, foi a pé até o Rio São Miguel, jogou a arma na água e queimou a roupa que ele usava.
Em contato com Adir Machado, irmão do vigilante, ele disse está dilacerado, ainda sem chão. Agradeceu a reportagem policial da Rádio Uirapuru pela lembrança do caso e relatou estar esperando por Justiça.
Adir mora em Capão da Canoa, disse que seu irmão era uma pessoa do bem, trabalhador e batalhador. “Ele foi morar em Passo Fundo só com a roupa do corpo, com o suor do trabalho conseguiu financiar uma casa e estava pagando aos poucos”.
O irmão diz saber que a Justiça demora, mas que tem esperanças para que o autor seja punido pelo que fez, e se outra pessoa esteja envolvida que também pague pelo covarde crime.
O julgamento do ocorrido ainda não tem data marcada. Caso seja condenado, o jovem poderá ir para o CASE com pena máxima de três anos pelo Ato Infracional Equiparado a Homicídio.
Fonte: Rádio Uirapuru