O Centro Estadual de Vigilância em Saúde (Cevs) confirmou, neste sábado, que detectou a circulação da variante BQ.1 da covid-19 no Rio Grande do Sul. De acordo com, Richard Steiner Salvato, coordenador da Vigilância Genômica no Cevs, a variante tem maior capacidade de contágio do que as outras formas do vírus até então detectadas no estado.
“As estimativas são de que ela [a variante] tem sim uma maior capacidade de infecção e de transmissão, em relação à variante que ela se origina. Isso é refletido nos dados que mostram aumentos nos casos em países da Europa e nos Estados Unidos”, declarou o coordenador do Cevs à Rádio Guaíba.
Segundo Richard, no entanto, não há indícios que a variante BQ.1 tenha letalidade maior do que outras formas do vírus. Ele alerta, no entanto, que o risco se encontra na baixa adesão da população às doses de reforço das vacinas contra a covid-19.
“A preocupação que se tem hoje é que, com a diminuição de casos [de infecção de covid-19], é que a população atrase suas doses de reforço da vacina. Em uma população que não está devidamente vacinada contra a covid-19, aí sim existe o risco de doenças graves”, destacou o coordenador, acrescentando que a variante já havia sido detectada no Rio de Janeiro.
Coletada em 26 de outubro, a amostra da BQ.1 é proveniente de um paciente, residente na Região Metropolitana, internado na capital para tratamento de uma síndrome respiratória aguda grave. Para melhor compreender a dinâmica de transmissão dessa variante na região, a vigilância genômica das variantes em circulação está sendo intensificada.
Recomendações
Diante da detecção no Estado da nova variante BQ.1 e da possibilidade da sua disseminação no Rio Grande do Sul, gerando o aumento de novos casos da covid-19, a Secretaria Estadual da Saúde (SES) faz as seguintes recomendações:
• Atualização do status vacinal da população não vacinada ou com esquema vacinal incompleto para sua faixa etária;
• Utilização de máscara:
– Indivíduos imunocomprometidos, idosos e com comorbidades, em locais fechados ou pouco ventilados com grande concentração de pessoas, por serem mais suscetíveis a desenvolver casos graves quando infectados por coronavírus;
– Indivíduos sintomáticos respiratórios para evitar a transmissão do quadro clínico;
– Contactantes domiciliares assintomáticos de casos confirmados de covid-19;
– Indivíduos, principalmente aqueles com maior vulnerabilidade, que apresentarem sintomas compatíveis com síndrome gripal deverão procurar assistência médica para confirmação diagnóstica e monitoramento;
• Pessoas confirmadas com covid-19 devem se manter afastadas por um período máximo de sete dias; se feito novamente exame no quinto dia e o resultado for negativo, podem retornar ao convívio;
• Intensificar a testagem, por meio do teste rápido de antígeno, dos casos suspeitos de covid-19
FONTE: Marcel Horowitz / Rádio Guaíba